terça-feira, 20 de maio de 2014

Olheiras

Olho-me no espelho e encontro uma cara cansada, cara de quem não dormiu bem e acordou cedo. Cara de quem está tentando levar a vida tranquilamente, mas o pensamento não tem deixado dormir direito. Eis as olheiras, eis as dores físicas de uma mente cansada. Durante toda a vida somos desafiados e passamos por etapas assim, mas nada se compara aos momentos de transição. Estes são os piores, estes aumentam minhas olheiras, tiram o meu sono, roubam a minha tranquilidade. Quero voltar no tempo, ou passar por essa fase de uma vez. Não dá, são meses que vão me consumir até o último instante, até o último suspiro para eu então conseguir certa tranquilidade. Porém, e o que fazer depois? Eis outra angústia. A vida toda tomada por essa ansiedade. Sabe o que eu invejo? Essas pessoas que levam a vida numa boa, sem grandes estresses. Sabe o que eu quero? Ter a vida feita, chegar em casa e olhar para o céu respirando tranquilamente depois de um lindo dia.

Maria Amália.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

O sol está lindo lá fora...

O sol está lindo lá fora e eu aqui dentro,
imersa em meus pensamentos olhando pela janela.

O sol está lindo lá fora e eu querendo sair correndo,
fugir disso tudo que tá me matando aqui dentro.

O sol está lindo lá fora e eu querendo dormir, mas e o sol? 

O sol está lindo lá fora e eu aqui tentando escrever no clima nublado do meu quarto.

O sol está lindo lá fora e eu só quero a tranquilidade aqui dentro.

O sol está lindo lá fora,
mas eu preciso ficar aqui dentro,
a escrever,
a fugir,
a buscar cada vez mais o meu eu.

O sol está lindo lá fora, é, está lindo...


Maria Amália.

domingo, 9 de março de 2014

Amizade

Às vezes a coisa que tu mais precisa é de um amigo, aquele amigo que tu sabe que não tem, mas que ao mesmo tempo tu idealiza-o. Dizem que não enchemos uma mão de amigos ao longo de uma vida, mas o triste é saber que tu não completa nem o um dedo de amizade, ao longo de tua existência.Tenho vontade de desabafar, mas sei que as pessoas com as quais penso em fazer isso não vão se importar com o que eu to falando ou vão achar bobagem. Me refugio neste pedaço de papel, pois é o único que me escuta e não me critica, apenas me entende, sem dizer nada contra nem a favor, apenas me dá a chance de desabafar. Penso que nunca terei amigos realmente, pois a época de fazê-los é na infância ou no momento em que me encontro, mas se nem nesses momentos eu o tenha conseguido, acho que nasci para ser uma pessoa solitária, vivendo apenas com o apoio deste papel que absorve tudo que tenho a dizer. Preciso parar de reclamar da minha falta de amigos e ser feliz com isto, com esta folha que tanto me compreende.


Maria Amália.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Períodos de transição.

Hoje me peguei pensando, na frente do espelho, "e quando os cabelos brancos começarem a surgir?". Ando me preocupando muito com o amanhã, e sei que isso é resultado de eu estar em um período de transição. Todas as vezes que isso aconteceu na minha vida, foi e é um momento de crise. Tenho apenas 21 anos, digamos que 1/5 de vida já foi-se (sendo bem positiva) e já me vejo pensando em cabelos brancos... Alguém pode ler isso e pensar "ah, quanto drama, ela tem 21 anos e se diz cheia de crises, imagina quando tiver a minha idade!". Só que eu penso que cada idade tem os seus "dramas existenciais" e que a gente tem que superá-los para continuar. Porém, cada momento de crise eu tenho vontade de cavar um buraco, me jogar dentro e só sair de lá depois que "as coisas se resolvam". Pena que isso não é possível, ninguém vai resolver seus problemas por você. Tem que colocar a cara a tapa e enfrentá-los.
Esses dias me perguntaram "tu já tá pronta para deixar a UFRGS?" e a minha crise só piorou. Aí eu resolvo tentar outras mil coisas só para, talvez, não deixar a UFRGS. Quando eu saí da escola, eu também não me sentia preparada para tal atitude, mas eu não tinha outra saída... Outra coisa que me falaram e me deixou em crise maior foi "e o que tu vai fazer depois de te formar? ficar desempregada?" e eu quase desmoronei na crise.
Períodos de transição são tensos e o que ajuda a me acalmar é escrever. Mas é uma pena que escrever não resolve meus problemas, minhas crises, só acalma....

E quando os cabelos brancos surgirem, o que farei? Medo das minhas crises...



Maria Amália, a dramática em crise.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Ensinar é uma arte.

A chuva cai torrencialmente lá fora e eu aqui dentro, em frente a esta folha tentando organizar os pensamentos. A vida dá muitas voltas, a vida segue e para isso faz-se necessário passar por desafios, por mudanças e isso é muito assustador! Entrei no curso de Letras pelo gosto que tenho pela Literatura, mas acho que ao longo dele fui perdendo um pouco, devido as cobranças em cima das mesmas. Porém, entrei no curso de Letras sem pensar no fato de estar fazendo uma Licenciatura e que isso faria com que um dia eu chegasse aos estágios e tivesse que entrar em sala de aula. Ainda não dei nenhuma aula, propriamente dita, mas estou na parte de observação dos alunos e, nossa, eu não sei como me expressar frente a isso. São vidas totalmente distintas, com gostos, com vivências, com objetivos muitíssimos diferentes. Mas o simples fato de estar lá e estas pequenas pessoas já te reconhecerem como professora é algo que tem mexido muito comigo, ultimamente. Estou vivendo em cima da ponta da faca, porque são muitas exigências necessárias para poder fazer este estágio, porém quando estou dentro da sala é diferente. Há, de maneiras diversas, uma sede por saber, muitas vezes ocultadas pela falta de vontade, pela preguiça, mas que podem ser aguçadas se bem trabalhadas. Sou uma pessoa extremamente ansiosa e insegura com tudo que é novo. Só que notar que eles olham para ti como uma fonte segura do conhecimento, tem feito com que eu diminua um pouco toda esta minha insegurança. Eu nunca me imaginei ensinando, lecionando, porque nunca me senti capaz a isso, mas acho que, com um pouco de esforço, é possível tentar mudar a realidade destas crianças. Ensinar, ensinar é uma arte.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Poesia.

Um coração gelado sem explicação,
Dois anos assim, procurando a solução.

Sempre quis fazer poesias, mas nunca tive o dom. Saíram duas frases com a rima mais pobre impossível, o  "ão"... Acho que a poesia é capaz de expressar o que sentimos de uma maneira forte.
Já tentei muitas vezes, mas sempre no verso livre, ou no texto corrido mesmo.
Escrever é um ponto de escape, é a forma com a qual consigo colocar para fora os meus temores, as minhas angustias.

A solução está no meu rosto,
Só me falta agarrá-la com gosto.

Tá, outra tentativa fácil de poesia. Não tá ficando lá aquelas maravilhas, mas eu só queria colocar para fora o que eu to sentido e as conclusões a que estou chegando...

Vou me concentrar
Para não falhar mais uma vez
E assim recuperar
E ver tudo com nitidez.

Desisto, poesia não é para mim. Só estava tentando expressar o que eu sinto e dizer que acho que estou compreendendo o que se passa nesse coração gelado e o porquê disso estar acontecendo.
Quem sabe um dia eu aprenda a escrever poesia, mas sei que mesmo sem sabê-la, encontro na escrita aquilo que não encontro nem nos meus amigos mais próximos. Ela não me dá conselhos e não me xinga, ela apenas me conforta de conseguir expressar o que se passa de mais perdido e fechado dentro de mim.



Maria Amália.

domingo, 19 de agosto de 2012

Não sei, mesmo.

Eu ando ouvindo frases do tipo "Tu vai acabar sempre sozinha, tu não dá chance para nada."
Ok, tapa na cara, doeu e eu refleti. Eu tenho culpa por ser um pouco medrosa?
Tento dar chance e me falam "Só não vai se apaixonar por mim."
Viu só por que eu não dou chance? De que adianta dar chance para algo se não vai dar certo?
Aí vem outro e diz "Ah, mas não era a pessoa certa..." tentando amenizar a situação.
E ainda, outro diz "Acho que tu escolhe demais, tem que se abrir para 'todos' "

Oh lord, vou ali enlouquecer e já volto.


Maria Amália.